No ambiente eu não era a única, um ser que entrou na minha vida compartilhava aquele momento raro. O meu aluno olhava aquilo tal qual eu, com olhos inertes.
Sorria para ele e continuava o tradicional ditado, sua escrita eu apreciava, afinal, minhas palavras mostravam a realidade em sua grossa letra, típica de um alfabetizando. Com elogios pelos acertos o discente escrevia: “A noite está muito fria. Uma estrela...”
Meus lábios não seguiam mais meus comandos, ficaram erguidos, com a evidente expressão de quem declara está feliz. De fato era visível isto, pois aquele abençoado moleque totalmente hiperativo, finalmente, despontava na leitura. Parabenizá-lo era o que mais fazia e seu sentimento em aprender mostrava uma afirmativa com a uma dose de interrogação: “Eu consegui!?”. Mal sabia ele que com o mesmo ímpeto interior eu pensara: “Nós conseguimos!?”. Uma certeza obtive, eu nasci para isso.
Percebi também que o astro furtador de atenções metaforizara aquele momento, pois ensinar era assim: com momentos que nos faz brilhar e partes que se apagam, como resposta de algo tão maravilhoso, que deve existir falhas, mas que se eterniza, já que, o ensinar sempre estará lá no coração de quem foi escolhido por alguém muito maior para realizar essa fascinante tarefa.
Tatiana C.Carmo

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